Theo ainda estava atordoado com o que se tinha passado. Ainda com a comida de gato na mão, viu que a mulher que saíra do apartamento da irmã tinha entrado no apartamento da frente. Era, realmente, vizinha.
Ficou com a impressão que ela tinha ficado muito assustada, pela forma como lhe tremiam as mãos e pelo tom de palidez que adquirira a sua pele.
Não tinha intenção de lhe provocar tanto temor mas uma desconhecida em casa da sua irmã, sem esta estar presente, era estranho.
Das inúmeras vezes que falava com a irmã ao telefone, esta tinha-lhe dito que tinha uma vizinha, que era muito amiga mas não sabia que tinha a chave da casa dela.
Enquanto despejava a lata de comida no prato do gato, Theo não conseguia deixar de pensar que fizera mal em proceder de modo autoritário e arrogante. Sim, admitia que tinha sido isso mas não conseguiu evitar. Ia pedir desculpa a aquela desconhecida de cabelos castanhos-claros presos e de olhos brilhantes. Estava a desviar o seu pensamento para um terreno perigoso. Queria afastar-se das mulheres, pelo menos um pouco. Estava farto de ser atraiçoado e humilhado; esse foi um dos motivos porque deixou a Grécia e veio ter com a sua irmã que já não via a muito tempo. Tempo demais aliás.
Era melhor esperar por amanha para pedir desculpa a mulher mistério. Ainda estava muito quente e de certo nem lhe abriria a porta, por isso, será melhor ideia ir amanha lá.
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